Já escrevi tanto sobre o amor... Nessas minhas experiências com a palavra, eu já disse em poemas que o amor é o contrário da gravidade, mas também já fiz poemas com o amor sendo um sentimento duro, pesado. O legal dessa brincadeira de escrever contradizendo-se é que os leitores acreditam nos dois caminhos quando cuidados da palavra escrita.
Mas por que eles acreditam? Porque escrever não é a arte de contar mentiras ou verdades. É a arte de convencer.
Escrever é além da mentira e da verdade, é um convencimento da palavra que eu uso, da sequência de frases que eu articulo, da organização da história que eu conto. A partir desses encontros de palavras e frases bem articuladas, eu convenço o leitor com um sim e também com um não.
Aliás, me arrisco a dizer que não há mentira na escrita. Desde que a escrita seja bem feita, bem arranjada, é tudo verdade. Por isso eu adoro quando escrevo minhas crônicas e as pessoas me mandam mensagens querendo saber mais, tentando tirar a história a limpo ou me mandando mais saúde, amor e prosperidade… Pois é um sinal de que meus leitores estão convencidos do que escrevi.
A arte de escrever bem.
Para além de te incentivar a escrever ficções, o que eu quero dizer aqui é que contar mentira ou verdade não deve ser preocupação de quem escreve. Quem escreve deve se preocupar em escrever melhor, em colocar tão bem as palavras no papel a ponto de, ao final, deixar o leitor convencido do que foi escrito. Pois é isso que importa ao final de um bom texto, que o leitor acredite no texto a ponto de não ter dúvidas sobre a verdade escrita, mesmo que seja exagerada, mesmo que seja absurda.
Por isso eu adoro quando me ligam depois que me leem. Pois a verdade foi alcançada, palavra por palavra, no meu texto.
“Passarinho / quando aprende a voar / sabe mais sobre coragem / que de voo”… Qual a a mentira ou a verdade desse meu poema? Quando escrevo minhas crônicas e minha família me diz que não se lembrava da história, a história então passa a existir em uma nova memória criada pelo texto.
Escrever é, o tempo todo, jogar com o convencimento. Por isso eu proponho esquecer a verdade e a mentira e escrever a história que se quer escrever. Mexer nos acontecimentos de acordo com o desejo da própria história escrita. Colocar as palavras que são melhores para o texto. E brincar com as possibilidades, até encontrar uma forma e uma estrutura que convençam.
Essa é a força da palavra escrita. O convencimento.
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e que poder têm as palavras!