Para escrever melhor
basta escrever pior
várias vezes.
Nessa semana eu escrevi que “para escrever melhor basta escrever pior várias vezes". Publiquei. E em seguida, alguns leitores me mandaram mensagens para me contar o que haviam entendido.
Acho bonito ver como a síntese é capaz de fazer as pessoas se mexerem. E ainda voltarem para falar comigo sobre o que eu mesmo escrevi. Como se o meu texto precisasse de respostas ou de continuações…
Quanto mais síntese consigo fazer no meu texto, mais recebo de volta esse pensamento do leitor. É um prêmio que ele se dá e me envia. É o que quem escreve deve querer de um texto, que ele faça o leitor pensar. Mas pensar em quê? Ainda não sei. Nenhum escritor sabe. E essa é a grande qualidade de um bom texto, fazer o leitor pensar. E só.
Síntese não é o mesmo que escrever pouco. Mas é escrever sem excessos, sem gorduras. É um modo de abrir espaços no texto para que o leitor o ocupe com os seus próprios pensamentos. Enxugar ao máximo até chegar ao mínimo de uma ideia. É assim que um leitor se alarga.
Não quero saber no que o meu leitor pensa quando me lê, mas quero saber se ele pensa. E se ele pensa, tarefa cumprida. Fico em paz com os leitores pensantes. Nem toda ideia precisa dar uma volta completa. Nem todo texto precisa ser claro e objetivo. Aliás, nenhum.
Eu mesmo escrevo só para dar uma volta. E quase nunca eu volto.
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certeza que foi uma provocação não querer saber o que eu leitor pensa. eu gosto de saber. e dos diálogos que se estabelecem a partir de um texto.