“Quem acha que vai dormir lendo poesia, está enganado. É aí que não dorme mesmo. Poesia acorda.” (Maria Bethânia)
Numa conversa com o meu irmão mais velho outro dia, ele me disse que entre ler e assistir a filmes, ele preferia os filmes. “Eu sou mais de ver”, ele disse.
Nesse dia, eu me lembro que fiquei injuriado. Como se as duas atividades fossem equivalentes para serem comparadas como ele fez. Defendi a leitura explicando a ele a diferença entre as duas atividades, a de assistir a um filme, com imagens e sons criados por um diretor, e a de criar você mesmo a partir das palavras de um livro.
Pois essa é a diferença entre a atividade de assistir a um filme e a de ler um livro: a criação. No filme, nós somos espectadores, recebemos a criação pronta. Eu adoro o cinema. Mas, no livro, nós somos co-criadores. Para que a história aconteça, precisamos criar as imagens e os sons a partir das palavras lidas. E isso distingue, sem equivalência, as duas atividades. No livro, precisamos pensar.
Então, para quem quer desenvolver o pensamento, primeiro eu recomendo o livro. Quem lê, pensa. E é por isso que é uma atividade viciante, pois nos faz gostar de pensar.
Quando aprendi a gostar de ler, ou seja, quando descobri o tipo de livro que eu gostava, o estilo de escrita que me empolgava, os temas que me animavam, assim como a hora do dia que eu preferia ler, o canto da casa favorito e tudo que envolve o momento da leitura, me viciei. Quem gosta não consegue desgostar.
Aliás, nunca vi ninguém voltar igual de um livro. Também não conheço quem já tenha desgostado de ler. Conheço uma pilha de gente que diz que não tem tempo, mas que precisa voltar a ler mais. Mas desgostar, jamais.
“Eu sinto falta do meu pensamento”. Essa a sensação que tenho quando me afasto um pouco da leitura por um dia sequer. Me sinto mais burro, perdendo tempo, desaprendendo coisas...
Por isso o filme e o livro não se comparam. Sem melhor ou pior. Mas, não à toa, grandes diretores, atores e trabalhadores do cinema são, antes de tudo, bons leitores. Pois quanto mais pensam, mais criam melhor... É um ciclo.
Agora, imagina o que não faz a escrita? Se a leitura é a atividade do pensamento, a escrita é atividade de pensar o pensamento…
Espera! Acho que estou exagerando. Ou pensando demais. Na dúvida, vou assistir a algum filme para relaxar…
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Para aprender a escrever sobre si
Neste mês, no dia 24 de junho, darei o curso de escrita que mais me empolga: o curso de crônicas “Eu, cronista”. Neste gênero, da crônica, aprendemos a falar sobre nós no texto, mas de um jeito mais solto, sem a obrigação de dizer verdades ou mentiras. Aprendemos a pensar sobre nós, a escolher as histórias, a desenhar os caminhos delas na escrita e a curtir o processo de escrever sobre si. Perde não! Serão 2 semanas de curso, 4 aulas ao vivo, que também ficarão gravadas e disponíveis aos inscritos. Faça de onde estiver. Saiba mais aqui e reserve sua vaga > > >
escrever ajuda muito a organizar o pensamento.