Mulheres perigosas demais
Do interior #18 Uma história sobre os desejos de uma mulher muito próxima; e um desmanual de escrita no fim
Foi eu começar a escrever um sonhanário, parei de sonhar.
Nessa noite não sonhei com nada, ou não me lembro. Apaguei e acordei, tão rápido assim. Então me levantei e fui ler, para atiçar a escrita de outro jeito, e foi com o livro em mãos que me lembrei de minha mãe.
Primeiro o meu avô morreu. Depois, minha avó foi embora e só então minha mãe começou a me contar os segredos da família, as histórias que passei a usar nos meus textos, a experimentar na escrita para encontrar um lugar mais interessante na prosa.
Eu já disse à minha mãe que tinha histórias que eu só conseguiria escrever depois que ela morresse. Aí ela me respondeu “Pois eu aguento, filho”, como se me devolvesse a culpa que eu tinha transferido a ela. A culpa era mesmo minha.
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